Você sabe como é feito o aço? -Parte 2

Dando continuação ao nosso post anterior (Caso você ainda não tenha visto, clique aqui e tenha uma boa leitura). A etapa seguinte para poder criar o aço, é a formação do ferro gusa.

O ferro gusa é a forma intermediaria entre o ferro propriamente dito e o aço. O gusa nessa forma já possui aplicações, pode ser empregado em produções de fundição, devido a alta concentração de carbono passando de 2%.

O gusa é o metal liquido que sai do alto-forno, porém, para conseguir obter o aço é necessário realizar algumas reduções que veremos a seguir.

Depois do alto-forno, o aço vai para onde?

Depois de despejar todo o metal liquido em “panelas” ou carros-torpedo, veículos específicos para o transporte do metal devido a alta temperatura e para mantê-lo assim devido o seu estado ser importante para a continuação do processo. Esses veículos realizam o transporte para a aciaria, na própria indústria para realização de refino e obter o aço.

O gusa chega na aciaria e para obter o aço é importante reduzir a quantidade de algumas substâncias, como o teor de carbono (como vimos anteriormente, o teor é acima de 2%), fósforo e o mais importante de todos o enxofre, já que é prejudicial ao aço.

Os processos da aciaria dividem-se em dois, básicos e ácidos. O carbono, manganês e silício podem ser reduzidos em qualquer um dos dois tipos, já o fósforo e o enxofre só podem ser removidos em condições especificas que somente o processo básico consegue atender. A grande maioria das aciarias modernas disponíveis nas siderurgias são de processos básicos, justamente por causa da redução de fósforo e enxofre.

Da aciaria para o lingotamento

Após chegar nas condições ideais, o aço é despejado em panelas revestidas de refratários (são tijolos capazes de manter a temperatura) e transferido para a área de lingotamento. Existem dois tipos de lingotamento, convencional e o contínuo, vejamos à seguir a diferença entre eles.

  • Lingotamento convencional: O modelo convencional é muito utilizado em aços especiais, para fabricação de menores quantidades ou até mesmo em condições que requerem uma solidificação especial. Nesse caso o aço é despejado em formas ou moldes denominados “lingoteiras” e quando se solidifica forma os lingotes.
  • Lingotamento contínuo: O modelo mais comum encontrado nas siderurgias, não havendo exceções para justificar a utilização do modelo convencional, é o modelo de lingotamento contínuo que será empregado. Nesse caso, o aço é despejado em um molde de cobre refrigerado a água, desta forma o aço solidifica uma casca, logo após, o aço passa por um sistema mecânico de rolos. O aço deixa o molde e passa a ser refrigerado por um sistema de refrigeração através de sprays de água até a conclusão da solidificação.

Laminação

Após feito o lingotamento e já solidificado, o aço vai para o setor de laminação,  nesse setor existem dois tipos de laminador, o de tiras a quente (conhecido comumente por LTQ – Laminador de Tiras a Quente) e o de tiras a frio (conhecido comumente por LTF – Laminador de Tiras a Frio).  Vejamos à seguir as diferenças entre eles:

  • LTQ: Na laminação a quente, o aço é aquecido previamente até que alcance a temperatura que torne o aço maleável e que seja deformado plasticamente. O aço já na temperatura correta passa por rolos, sendo comprimido até a espessura correta.
  • LTF: A laminação a frio é empregada para produzir folhas e para dar acabamento nas tiras que saíram do LTQ, já que o controle dimensional é superior em comparação ao LTQ. Além disso, por ser deformado plasticamente o metal sofre o fenômeno de encruamento (Fenômeno pelo qual o metal dúctil se torna mais duro e mais resistente após ser submetido a deformação plástica) que pode ser aproveitado dando mais resistência ao produto final.

Vamos aprender mais

Esse é o convite do Imersão Mecânica para você continuar aprendendo conosco, nesse post tivemos a conclusão da fabricação do aço. Vimos tudo, desde a forma inicial de onde tiramos a matéria prima que é o minério de ferro até laminação. Não tivemos como objetivo nesses post’s de nos aprofundar especificamente em detalhes de fabricação, como temperatura adequada do forno ou meios de redução de enxofre. Nosso objetivo foi abranger de forma completa as etapas da fabricação do aço mas sem se aprofundar em dados específicos.

Esperamos que você leitor tenha gostado do conteúdo e queremos motiva-lo a nos seguir e acompanhar o nosso portal de informação desse mundo magnifico da mecânica, bem como nos acompanhar nas nossas redes sociais. Nos siga lá no Instagram e no TikTok, lá nos postamos os conteúdos disponíveis aqui só que em forma de vídeo e muito mais conteúdo. Até mais 🙂

 

Comments

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *